quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Avaí elege vilões da temporada, by Rodrigo Faraco

Em resumo, o presidente Nilton Macedo Machado demitiu dois integrantes do departamento de Futebol – Carlos Arini e Chico Lins – e liberou todos os atletas do empresário Eduardo Uram. São reformas superficiais e que não mexem profundamente no que deve ser mexido. Na verdade, o que o Avaí fez, na prática, foi eleger os vilões e dizer para a torcida que eles estavam fora do clube. Neste pacote então, Carlito, Chico e Uram são os vilões, o clube “identificou os problemas” e agora eles não mais existem. A mensagem implícita que fica é que eles foram os responsáveis pelo rebaixamento e, por isto, estão fora do clube. O que é um erro. A primeira coisa que o presidente do Avaí deveria fazer na coletiva deveria ser repetir o presidente do Vasco, Eurico Miranda, e assumir a responsabilidade pelo rebaixamento. Se teve os méritos do acesso 2014, deveria ter assumido o rebaixamento 2015 também.
O departamento de futebol
Primeiro é preciso dizer que o departamento de Futebol do Avaí foi montado ao contrário. Primeiro estava Chico Lins, veio então Carlito Arini e depois teve poderes o vice-presidente de Futebol Francisco Battistotti. O correto seria – para qualquer clube – primeiro escolher o vice de Futebol, que iria montar, com gente de confiança dele, o seu departamento. Como resultado dessa montagem às avessas, o grupo do futebol do Avaí nunca se entendeu. Havia uma divisão permanente. Chico e Arini de um lado e Battistotti de outro.
Autonomia
Chico Lins esteve praticamente sozinho no departamento de Futebol no ano passado – o ano do acesso. Permaneceu no departamento por este mérito. Carlito Arini voltou ao Avaí no início deste ano com os méritos do título de 2012 no currículo. Battistotti era para ser o homem do dinheiro – “da chave do cofre”, como o presidente disse no discurso de posse – mas passou a comandar o futebol. Estava no lugar errado, portanto. E amarrando as ações de quem tinha bagagem no futebol, a dupla Arini e Chico. Um dos grandes erros da dupla foi aceitar trabalhar sem ter total autonomia. Battistotti não deveria estar no futebol e acabou também não conseguindo fazer a parte financeira do clube: os salários atrasados mostram.
Eduardo Costa
O Avaí conversa com Eduardo Costa para assumir o departamento de Futebol. O anúncio pode sair hoje, inclusive. Mas há um maior entrave para o acerto. É justamente a questão da autonomia. Eduardo Costa quer ter liberdade para trabalhar e reconstruir o futebol do Avaí. E avalia que tem muita coisa para fazer. Se não for com autonomia, não vai querer.

Nota do Blogueiro: Essa foi a coluna do jornalista Rodrigo Faraco no dia de hoje, ele conseguiu resumir em poucas palavras, o mesmo sentimento que tive quando ouvi a infeliz entrevista do presidente Nilton Amado Macedo. Falou-se mais do pastel do que a crise institucional e futuro do Avaí para a temporada de 2016. A única coisa que faltou neste texto, na minha opinião, foi dizer que o principal responsável por este caos é o presidente Nilton Amado Macedo. Não foi capaz de conter as ingerências no departamento de futebol, de cobrar das áreas responsáveis um patrocinador master decente e o principal de tudo, atrasou os vencimentos de atletas e colaboradores. Sem contar no excesso de poder a Francisco Batistotti. Um verdadeiro desastre no quesito administração e gerência!

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